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sexta-feira, 18 de novembro de 2011

SOMOS JUSTIFICADOS MEDIANTE A FÉ EM CRISTO JESUS ROMANOS: 3:21-5:21

Se um homem fracassou na obtenção da justificação, e se a justificação é necessária diante de Deus, então como podo o homem obter essa justificação? Como Deus pode ser justo quando Ele absolve um homem e o declara justo? Paulo irá nos mostrar nessas passagens que serão analisadas, como o Soberano e Eterno Deus age na justificação do homem pecador. Veremos que Paulo apresentará a justificação ocorrida desde os primórdios bíblicos, fazendo uso de personagens como o patriarca Abraão e o monarca Davi, homens que entenderam a maneira como Deus justifica a todos os homens. Não mediante méritos humanos, mas mediante a sua graça redentora, por meio da fé. Esses e outros fundamentos bíblicos são apresentados por Paulo, a fim de demonstrar à verdadeira e genuína justificação. Como pode o homem se apresentar correto diante de Deus? Como pode sentir-se tranqüilo e em paz perante a vontade do seu Senhor? Como pode o homem escapar ao sentimento da alienação e medo na presença de Deus? O judaísmo afirmava que isso era possível por meio do cumprimento das Leis. Se alcançasse essa proeza, então o homem chegaria a estar bem com Deus. No entanto, afirmarmos isso chega a ser hipocrisia, pois ao homem é impossível cumprir todos os mandamentos da Lei. Pelo simples fato do homem ser uma criatura imperfeita não pode alcançar uma obediência perfeita. As escrituras sagradas, no entanto, nos ensinam um meio, único por sinal, ao qual somos perfeitamente justificados diante de Deus com plenitude e totalidade. Paulo mostra que a justiça concedida por Deus é sem Lei no sentido de que não é uma justiça merecida ou adquirida pela guarda da Lei. Sem a lei a justiça de Deus se manifestou, “Mas agora, sem lei, se manifestou a justiça de Deus testemunhada pela lei e pelos profetas” (Rm. 3:21). Assim, esta justiça é realizada por meio de uma causa eficiente e eficaz, a fé, que tem por seu objetivo, Cristo. A única coisa exigida por Deus é a confiança e apenas a confiança. A justificação provém de Deus, demonstrando dessa maneira a iniciativa salvadora que ele tomou a fim de conceder aos pecadores a condição de justos aos seus olhos. A justiça maravilhosa de Deus dá acesso a todas as pessoas, pois todos os homens são pecadores diante de Deus e, portanto, necessitam da justificação realizada por Ele. Não são necessários muitos esforços humanos, basta crer nEle mediante a fé. A justificação que provém de Deus abrange uma combinação de três elementos axiomáticos: o caráter justo de Deus, a sua iniciativa salvadora e a sua dádiva (graça), que consiste em conferir ao pecador a condição de justo diante de Si. A justificação não é o mesmo que perdoar ou desculpar, nem tampouco é o mesmo que santificar. Justificar é considerar ou declarar justa uma pessoa e não torná-la justa. A declaração de justiça de Deus é ao mesmo tempo e no mesmo ato, tornar justo. Essa justiça só é possível, por meio, da graça de Deus, “sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus” (Rm. 3:24). Uma verdade fundamental que existe no evangelho da salvação consiste em que a iniciativa da salvação deve-se, do início ao fim, a Deus o Pai. Com certeza, nós não tomamos a iniciativa, pois éramos pecadores, culpados e condenados, sem saída e sem esperança. Por isso, Deus é a fonte primária da nossa justificação, mediante a sua imensurável graça. Muitos se perguntam por que um Deus justo pode declarar justo um injusto, sem comprometer a sua própria justiça nem condescender com a injustiça deste? Deus nos responde por meio da Cruz. Sem ela, a justificação do injusto seria injusta, imoral e, dessa forma, impossível. A única razão pela qual Deus justifica o ímpio é que Cristo morreu pelos ímpios. Só porque ele derramou o seu sangue numa morte sacrificial por nós, pecadores, é que Deus pode justificar justamente o ímpio. Dessa forma, o homem pode ser absolvido (justificado) porque Deus agiu. Ele providenciou a redenção (libertação) por meio de Cristo, libertação do pecado e suas conseqüências. Estar em Cristo é pertence-lhe e ser uma parte de tudo o que Ele tem feito e realizado por meio de Sua obra redentora. Essa obra é uma transação objetiva, um ato particular de Deus e necessário. Por isso, Deus expos Cristo publicamente como meio de propiciação em ou pelo Seu sangue. A morte de Cristo foi um ato que deve ser observado por todos. Mas o aspecto propiciatório – esse que propiciou o pecado – foi o de desistir de Sua vida. Isto se vê no fato de que o seu sangue foi derramado. Deus foi o ofertante. Cristo foi o sacrifício. Portanto, quando Paulo afirma que a salvação é mediante a fé é outra maneira dele dizer que a justificação é somente por Cristo. A fé é o olho que contempla, a mão que recebe a sua dádiva gratuita, a boca que bebe da água viva. A fé abrange nada mais que a jóia preciosa que é Jesus Cristo. No capítulo 3:21-26 vimos que Paulo estava falando da grande Salvação proporcionada por Deus mediante a fé em Jesus Cristo, que justificou ao homem pecador por meio do seu próprio sacrifício. Agora dos versos 27-31, Paulo prossegue falando sobre os resultados da Obra salvadora de Deus em Cristo na cruz. Paulo sustenta que a jactância está excluída. Como? Por que a Lei? Por que tipo de sistema, princípio, código ou norma poderia a jactância ficar excluída? Das Obras? É certo que não. Tal sistema agrega o orgulho. Antes, é por meio da lei da fé. Uma vida centralizada nas obras é uma vida centralizada no ego. Mas a Lei ou código de Fé produz uma vida centralizada em Deus. O Senhor é aquele que declara os homens justificados. Ele é o Deus, tanto de judeus como dos gentios. Ele declara que os judeus são justificados por causa da fé, e os gentios mediante a fé. Nos dois, a fé é a causa da declaração de Deus. Assim, ambos, judeus e gentios, encontraram aceitação com Deus da mesma maneira – através de uma submissão pessoa a Ele, uma confiança pessoal nEle. Essa afirmação de justificação não é algo novo para os judeus. O objeto da fé para Paulo era Cristo. A explícita apresentação da fé em Cristo Jesus como meio de justificação torna a nova aliança uma aliança eterna. Mas a velha aliança já trazia em si o princípio da justificação pela fé. Por isso, Paulo no capítulo 4 usa o exemplo de Abraão pai dos judeus e também dos gentios por meio da fé. Paulo apresentou o seu evangelho da justiça de Deus, isto é, da justificação pela fé (Rm 3:21-26); em seguida, defendeu-o contra os que criticavam (Rm 3:27-31), enfatizando, ao fazê-lo, que esse evangelho é atestado pelas Escrituras do Antigo Testamento; agora, o apóstolo busca no Antigo Testamento um exemplo que sirva de precedente. Para tanto ele escolhe Abraão, o mais ilustre dos patriarcas de Israel, acompanhado de Davi, o mais ilustre dos seus reis (Rm 4:1-25). Paulo esclarece ainda mais o significado da justificação pela fé. Ele usa o que a Escritura diz sobre Abraão e Davi para elaborar a significância das duas palavras: “justificação”, em termos da concessão de justiça ao injusto; e “fé”, em termos de confiar no Deus da criação e da ressurreição. O apóstolo quer que os cristãos judeus entendam que o evangelho da justificação pela fé que ele anuncia não é nenhuma novidade, tendo sido proclamado anteriormente no Antigo Testamento. Abraão e Davi mostram que a justificação pela fé é o único meio pelo qual Deus garante a salvação, dado por ele primeiro no Antigo Testamento e depois também no Novo, e, em segundo lugar, tanto para os judeus como para os gentios. Abraão cria ou confiava em Deus. A crença ou confiança lhe foi imputada para justiça. Confiança constante ou entrega a Deus é o primeiro e único requisito do homem, que é justificado. Para os judeus isso era um escândalo de proporções não desprezíveis. Não podiam aceitar que Deus pudesse absolver um homem culpado, ímpio. Porém, tal confiança mostra que o homem já não é mais um indivíduo sem Deus, mas antes uma pessoa que se entregou a tudo o que Deus é, a tudo o que Deus fez, e a tudo o que Deus fará. Quando Paulo diz que a fé de Abraão lhe foi creditada como justiça, quer dizer que a justiça lhe é concedida livremente, como uma dádiva gratuita e imerecida, pela fé. O apóstolo não pode estar ensinando que fé e justiça são equivalentes, e que na falta de justiça a fé é aceitável como um substituto. Isso faria da fé uma obra meritória e um joguete nas mãos dos rabinos, que achavam que a fé de Abraão era, na realidade, a sua “fidelidade”. Se há uma coisa que está clara, é que o “creditar a fé como justiça” é uma dádiva gratuita, sem merecimento, e não um salário pelo qual se trabalhou, e que ela é dada, não a quem trabalha, mas a quem confia – ou melhor, para aqueles que confiam em Deus que, longe de justificar as pessoas por serem piedosas, na verdade justifica-as apesar de serem ímpias. Paulo continua seu argumento, só que agora muda de Abraão para Davi. Percebe-se que a linguagem de “crédito” mudou. Deus ainda é a pessoa que, em graça absoluta, efetua o crédito; agora, porém, o que ele deposita em nossa conta não é a “fé como justiça”, mas a própria “justiça”. O que Paulo tem em mente não se limita a uma única expressão ou a uma simples ilustração. Ele deixou claro que a justiça de Deus, que é revelada no evangelho, reside no fato de ele justificar justamente o injusto. Assim, ele mostra como Deus justifica o ímpio. Primeiro Deus nos credita fé como justiça; segundo, Deus nos credita justiça independentemente de obras; e, terceiro, Deus recusa-se a creditar os nossos pecados contra nós, mas, em vez disso, ele os perdoa e cobre. No versículo 9 ao 25, Paulo retorna ao exemplo de Abraão, agora relatando sobre a circuncisão ou a incircuncisão de Abraão. Afinal de contas, Abraão foi justificado antes ou depois da circuncisão? A resposta de Paulo é que ele foi justificado bem antes, pois a circuncisão serviu apenas como sinal e selo dessa justificação. Essa era uma marca distintiva, que separava Abraão e sua descendência como povo da aliança de Deus. Assim Abraão recebeu duas dádivas divinas distintas de Deus: a justificação e a circuncisão – nesta ordem. Primeiro ele recebeu a justificação pela fé, enquanto ainda era incircunciso. Depois recebeu a circuncisão como um sinal visível e como selo da justificação que já lhe pertencia. A ordem no caso de Abrão – fé e depois o crédito da justificação – torna inequivocamente claro que a justiça pode ser computada aos gentios que crêem, o fato da circuncisão ser um sinal de justificação concedida a Abraão por causa da sua fé, faz Abraão também o pai dos judeus, os quais – como ele – receberam a circuncisão, exerceram a fé, obtiveram a justificação concedida por Deus, e consideram a circuncisão como um sinal desta fé e justificação. É por isso, que justificação é pela graça mediante a fé, ou pela fé de acordo com a graça, afim de que a promessa seja garantida a toda a descendência de Abraão; não apenas aos que estão sob o regime da lei, mas também aos que têm fé que Abraão teve, isto é, todos os crentes, sejam eles judeus ou gentios, que pertencem à linhagem espiritual da fé. A lei divide. Somente o evangelho da graça e da fé pode unir, abrindo porta para os gentios e igualando todo mundo aos pés da cruz de Cristo. Portanto, todos os crentes pertencem à semente de Abraão e são, herdeiros da promessa de Abraão. Continuando o raciocínio, o apóstolo Paulo no capítulo cinco, o inicia, nos apresentando as conseqüências da justificação. A primeira delas é que temos paz com Deus. Este é um estado objetivo para aquele que é declarado justificado. Assim, a obra redentora de Cristo forneceu uma expiação, uma cobertura para o pecado daquele que foi declarado justificado pela fé. Além de termos paz com Deus, permanecemos firmes na sua graça. Há uma comunhão. A maravilha de ser declarado justificado consiste nesse acesso aberto à presença de Deus. Por isso, nos gloriamos na esperança da sua glória e até mesmo nos gloriamos nas tribulações, pois sabemos que o resultado disso tudo será a esperança gerada em nossos corações por meio do Espírito Santo de Deus, através do seu imensurável amor. Amor esse provado, no fato, de que Cristo morreu por nós quando ainda éramos pecadores. Imaginemos o que ele faz por nós agora que fomos justificados por seu Sangue, seremos salvos da futura ira de Deus. A base da justificação é o Sangue de Cristo derramado em nosso favor. Portanto, devemos nos gloriar em Deus. Esse gloriar-se em Deus é uma atitude cristã de exutar que implica que nós não temos o mínimo direito sobre ele; pelo contrário, maravilhados ficamos com o fato de ter Cristo morrido por nós quando éramos pecadores e inimigos; e termina com a humilde confiança de que ele há de completar a obra que iniciou. Assim, exultar em Deus é gloriar-se não apenas em nossos privilégios, mas em suas misericórdias, não no fato de que ele nos pertence, mas porque nós lhe pertencemos. Por fim, Paulo apresenta um paralelo entre Adão e Cristo, embora com significados diferentes. Adão é o responsável pelo pecado e a morte e como “tipo daquele que haveria de vir”, isto é, Cristo. Depois Paulo contrasta Adão e Cristo ao afirmar que a obra de Cristo “não é como” a obra de Adão. Por último, Paulo diz que através de um só feito de um único homem (a desobediência de Adão ou a obediência de Cristo), muitos foram, ou amaldiçoados, ou abençoados (justificados). Assim, um único ato de justiça trouxe a graça sobre todos os homens para a justificação que dá vida. Somente mediante a graça por meio da fé em Cristo Jesus que somos verdadeiramente e plenamente justificados diante de Deus. É por meio de um único homem que somos inseridos perante Deus como justos. Não há nenhuma outra forma pela qual podemos se chegar a Deus e sermos nomeclaturados justos. Nenhuma caridade, nenhuma boa ação, nenhuma obra, nos capacita a apresentar-nos justificado diante de Deus. Somente o Sangue de Cristo derramado em favor de todos tem o poder justificador. “Portanto, agora, sem lei, se manifestou a justiça de Deus testemunhada pela lei e pelos profetas; justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo, para todos [e sobre todos] os que crêem; porque não há distinção, pois todos pecaram e carecem da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus” (Romanos 3:21-24)

Um comentário:

  1. Olá,
    Vim visitar o seu blog e segui-lo para que eu possa sempre acompanhar suas publicações.
    Deixo aqui o meu endereço para que você também possa me visitar, um abraço carinhoso.
    Graça e paz


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