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quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Evangelho de João (Data, Autor e Propósito)

Autoria, Data e Propósito do Evangelho de João

Muitos estudiosos modernos estão longe de concordarem acerca da identidade do autor do quarto Evangelho. Até mesmo porque não estão tão interessados em quem escreveu mas centram as suas atenções no que de fato, está escrito. No entanto é de suma importância sabermos quem o escreveu, principalmente se por trás disso estiver uma testemunha apostólica ocular, o que traz consigo, grande valor.
Muitos estudiosos, principalmente na escola européia discordam que o livro tenha sido escrito pelo apóstolo João, e com isso levantam diversas possibilidades de autores, entre eles encontramos: João Marcos, Lázaro e até um João desconhecido. Contudo, deve ser levado em consideração, e de suma importância, é o que o próprio autor tem a dizer sobre si, bem como o testemunho da igreja primitiva.
Nos escritos dos Pais da Igreja, encontramos desde o primeiro século citações que atribuem o quarto Evangelho a João. Inácio de Antioquia e Clemente, que morreram no fim do primeiro século e início do segundo citam partes do Evangelho em muitos dos seus escritos. Inácio diz em uma de suas citações: Temos também como um médico o Senhor nosso Deus, Jesus Cristo, o Filho unigênito e Verbo, existente antes do início do tempo, mas que posteriormente também se tornou homem, da Virgem Maria. Por isso, “o Verbo se fez carne.” [Jo 1:14].
Essa e outras citações não dizem que João, o apóstolo amado, é o autor do quarto Evangelho, acredita-se que isso se dá, porque ele foi utilizado pelos gnósticos do segundo século para apoiarem suas opiniões, e os Pais da Igreja não queriam dar nenhuma margem de apoio a heresias. O que percebemos, é que a igreja não aceitaria um livro usado por um grupo herético se não tivessem certeza da indiscutível apostolicidade do quarto Evangelho.
No século segundo, os Pais defendem e citam João como o autor, entre eles temos Teófilo de Antioquia, na Síria, ele diz: e, portanto, a Escritura ensina-nos, e dentre todos os homens inspirados, um deles, João, diz: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus” [Jo.1.1], Teófilo defende claramente a autoria de João. Bispo Papias também traz referencia quanta a autoria Joanina, o que é de fato, uma evidência forte, pois se acredita que ele fora amigo do apóstolo, o que faz com que o seu testemunho seja de grande valor e de peso altamente relevante.
Temos no século três, a figura de Orígenes, no seu comentário ao Evangelho de João afirma que ele era o autor. Quando Orígenes escrevia sobre a pessoa de Deus ele afirma: No Evangelho Segundo João, “Deus é espírito e aqueles que o adoram devem o adorar em espírito e em verdade” [Jo 4:24]. Contudo, o mais importante testemunho talvez seja o de Irineu que fora discípulo de Policarpo, que teria sido discipulado por João. Ele cita em seus escritos, pelo menos, cem versos do Quarto Evangelho, diversas vezes com a observação “João, o discípulo do Senhor, diz”.
Diante das evidências históricas mencionadas podemos concluir que seria forçoso assumir que tal evangelho não viesse da pena de João, o apóstolo de Jesus Cristo. A unanimidade do testemunho dos Pais da Igreja, especialmente nos anos anteriores ao terceiro século, é forte evidência de que essa informação é verdadeira.
O próprio Evangelho também fornece uma excelente fonte de informações para a questão da autoria. Segundo Westcott, o autor do Evangelho era um Judeu, da Palestina, uma testemunha ocular, um apóstolo e possivelmente João filho de Zebedeu.
Westcott afirma que “o vocabulário, as estruturas da sentença, a simetria e os simbolismos numéricos de composição, as expressões e a organização de pensamento são essencialmente Hebreus”. Todas essas informações parecem testemunhar um autor Judeu. Esta conclusão é baseada em sua familiaridade com os costumes judaicos, suas características judaicas e seu espírito da dispensação judaica.
O autor do quarto Evangelho sem dúvida foi um Judeu da Palestina, pois, exibe um conhecimento preciso das condições geográficas e sociais da Palestina. “…é conhecedor da geografia da Palestina e até pequenos detalhes da arquitetura de Jerusalém”.
O autor foi uma testemunha ocular, vemos isso internamente em seus escritos. Este é o discípulo que dá testemunho a respeito destas coisas e que as escreveu; e sabemos que o seu testemunho é verdadeiro. Há, porém, ainda muitas outras coisas que Jesus fez. Se todas elas fossem relatadas uma por uma, creio eu que nem no mundo inteiro caberiam os livros que seriam escritos (21.24-25); Responderam-lhe: A Jesus, o Nazareno. Então, Jesus lhes disse: Sou eu; Ora, Judas, o traidor, estava também com eles (18.5). As designações pessoais que o autor apresenta a respeito das pessoas envolvidas nos eventos que narra sugerem que ele estava presente.
Westcott também afirma que o autor do Quarto Evangelho tinha um relacionamento muito próximo com o Senhor, observe: Ele era ciente das emoções de Jesus (11.33; 13.21). Ele estava em uma posição que o permitia estar bem informado a respeito das ações Dele (2.24ss; 4.1; 5.6; 6.15; 7.1; 16.19). Não apenas isso, ele fala como alguém cuja mente o Senhor estava acessível.
Essas declarações sugerem que o autor desse evangelho fosse alguém do círculo de pessoas mais próximas do Senhor, ou seja, os apóstolos.
Todas essas declarações parecem suficientes para que se assuma a tradição eclesiástica de que João, o apóstolo, é o autor do Quarto Evangelho. As evidências internas contribuem para que o testemunho histórico dos Pais da Igreja sobre a autoria joanina do evangelho, seja aceito como fato, muito embora existam ainda muitas outras questões a serem observada.
Quanto a data, também a quem discorde. As datas variam desde o começo da igreja militante até o final do primeiro século. Existe um consenso entre os estudiosos por muito tempo, é de que o Quarto Evangelho é um dos últimos textos escritos do Novo Testamento. As razões para a conclusão de que o Evangelho de João foi escrito depois das cartas de Paulo, os Evangelhos sinóticos (Mateus, Marcos e Lucas), e muitas das cartas posteriores, se baseiam numa variedade de evidências que consideradas em conjunto sugerem uma composição próxima do ano 90-95 d.C.
Um dos seus argumentos é a teologia utilizada por João e os relatos que diferem praticamente tudo dos evangelhos sinópticos, ainda encontramos a apologia feita pelo apóstolo e pelo menos duas descobertas contemporâneas contribuem e muito para se definir essa datação mais conservadora.
Por outro lado, o livro traz pelo menos quatro propósitos específicos e bem definidos, ele é o único evangelho canônico que traz claramente sua declaração de propósitos. No capítulo 20:30-31 diz: “na verdade, fez Jesus diante dos discípulos muitos outros sinais que não estão escritos nesse livro. Estes, porém, foram registrados para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome”. Temos nesse verso os quatro propósito do livro: Evangelístico; Incentivo a Perseverança; Teológico; e Apologético.
Provavelmente nenhum livro do Novo Testamento tem convidado e provocado mais leitura e reflexão. O leitor é estimulado à esperança de que, deixando o seu olhar simplesmente repousar sobre o texto redigido ele pode ser capaz de penetrar até as profundezas do significado real dos sentidos.

sábado, 22 de maio de 2010

Resgatando a busca pelo Mestre

Temos visto em nossos dias atuais, a total falta de compromisso e desrespeito das pessoas para com a palavra de Deus. Eis que muitos que se dizem “ministros do evangelho”, pregam somente aquilo que diz respeito aos seus próprios interesses.
Podemos dizer que as pessoas tem deixado de olhar para “Jesus, que é o autor e consumador da nossa fé”(Hebreus 12:2a), e tem olhado apenas para as suas condições materiais e para os seus anseios de ter uma vida próspera financeiramente. Infelizmente estão trocando o dono da benção (Jesus), pela benção propriamente dita.
Dessa forma o povo de Deus tem enfraquecido espiritualmente, pois esqueceram de observar a Palavra do Senhor e descumprem aquilo que Deus nos ensinou. Como diz: “Buscai em primeiro lugar o reino de Deus e a sua justiça e as demais coisas vos serão acrescentadas.” (Mateus 6:33) Não é exatamente a busca pela presença de Deus que a maioria dos cristãos tem buscado nas igrejas evangélicas, e muito menos tem colocado a busca pelo Senhor em primeiro lugar em suas vidas, o que vemos na verdade é uma corrida desesperadora em busca de bênçãos e prosperidade financeira que parece cada vez mais insaciável.
O que mais me deixa apreensível e triste, é saber que pessoas que se intitulam “homens de Deus”, tem usado esses meios para se contaminarem e conduzirem o povo do Senhor para o despenhadeiro da individualidade, onde o mais importante é se eu vou me dá bem, independentemente do que os outros vão sofrer.
Vemos que os cristãos estão aos poucos menosprezando aquilo que é mais valioso para nossas vidas, as pessoas rapidamente estão se esquecendo do sacrifício de Cristo na cruz do calvário. Com esse sacrifício tão maravilhoso o Senhor entregou em nossas mãos o maior tesouro a ser alcançado, que é a vida eterna em Cristo Jesus, nenhuma riqueza se compara a salvação de uma alma, “pois que aproveitaria ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?” (Mateus 16:26).
A salvação não é algo negociável, que se pode vender ou comprar, é dada gratuitamente por Deus pela grandeza da sua misericórdia e benignidade para conosco. E é isso, que tem faltado as nossas igrejas, uma pregação que leve o homem ao arrependimento dos seus pecados e não uma pregação que satisfaça o ego das pessoas para que essas se sintam bem, não podemos pregar o que as pessoas querem ouvir e sim o que elas precisam ouvir.
É preciso ver nas pessoas uma alma que precisa ser salva das garras do pecado e não um bom dizimista ou uma grande oferta para as nossas igrejas, é sempre bom lembrar que “todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados por seu decreto.” (Romanos 8:28). Na verdade não importa a situação que passamos ou enfrentamos, precisamos aprender com o apóstolo Paulo que diz: “ Sei estar abatido e sei também ter abundância; em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura como a ter fome, tanto a ter abundância como a padecer necessidade. Posso todas as coisas naquele que me fortalece.” (Filipenses 4:12-13) Se aprendermos a confiar no Senhor, e se depositarmos nele toda a nossa esperança, lançando sobre Ele toda a nossa ansiedade, então, verdadeiramente naquele grande dia em que o Senhor vier se encontrar conosco, iremos ouvir a sua bela e suave voz dizendo: “Vinde benditos do meu Pai, possuí por herança o Reino que vos está preparado desde a fundação do mundo.” (Mateus 25:34)
Nada nesta terra se compara ao Senhor e ao que Ele tem preparado para nós.

“E buscar-me-eis e me achareis e me achareis quando me buscardes de todo o vosso coração.”
(Jeremias 29:13)